terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

eu e a caixa de papelão

estou tão feliz ao lado da minha caixa de papelão. minha cama é grande, cabe eu e cabe ela.
quando eu era pequeno, entrei numa caixa de papelão. era um carrinho.
uma vez eu empurrava quem estava dentro da caixa. outra vez eu entrava na caixa e alguém me empurrava.
também já foi um robô. o robô era feito de mais de uma caixa de papelão. eu imaginava o que poderia fazer para dar movimentos ao robô. no fundo, no fundo, tinha certa esperança que ele iria se mover.
já coloquei pintinhos amarelos, desses de 1 real, ou alguns cruzeiros, dentro da caixa de papelão. morreram todos. foram enterrados com caixas de papelão.
eu lembro que minha cachorra deu cria e a gente colocou os bichinhos dentro de uma caixa de papelão. eles faziam cocô.
uma vez fizemos armadilha para pegar passarinho. foi com caixa de papelão.
cá estou eu com minha caixa de papelão. eu amo tudo nela. o cheiro, a textura, o barulho. adoro ficar abraçado com minha caixa de papelão. ela é grande, mas eu não caberia dentro da caixa de papelão.
quando a gente é pequeno as coisas crescem, quando a gente fica grande elas encolhem.
quando eu era pequeno me sentia grande. agora... parece que encolhi. que nem a caixa de papelão.

2 comentários:

n i n i disse...

centauro???

arito.. disse...

daí, de tão pequenos, a gente torce pra não chover.

nhom

> minha outra caixa: http://intraspecto.blogspot.com/