terça-feira, 17 de dezembro de 2013

meio velho meio moço

Aos 30...
E se eu fosse o primeiro a voltar pra mudar o que eu fiz?
E se eu fosse o primeiro a prever e poder desistir do que for dar errado?

terça-feira, 29 de outubro de 2013

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

quando escrevo

nem sempre sinto
nem sempre entendo
que sinto
nem sempre me sinto
parte
nem sempre tem alguém
partilhar
nem sempre tenho
olhar
de alguém
nem sempre faz sentido...
aí eu escrevo

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

ilusões

salvar o mundo
se salvar do mundo

sábado, 13 de julho de 2013

quinta-feira, 13 de junho de 2013

aniversário

eu não esqueci, eu não sabia.
senti culpa por não saber.
eu procurei alguma desculpa.
eu não encontrei.
mas eu sei.
que quando aqui dói, você me entende como poucos.
e faz carinho com palavras.
porque estamos sempre distantes.
que carinho bom.

pequeno

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Excerto


“Existe apenas uma solidão, e ela é grande, nada fácil de suportar. Acabam chegando as horas em que quase todos gostariam de trocá-la por uma união qualquer, por mais banal e sem valor que seja, trocá-la pela aparência de uma mínima concordância com o próximo, mesmo que com a pessoa mais indigna… No entanto, talvez sejam justamente essas as horas em que a solidão cresce, pois o seu crescimento é doloroso como o crescimento de um menino e triste como o início da primavera. Mas isso não deve confundi-lo. O que é necessário é apenas o seguinte: solidão, uma grande solidão interior. Entrar em si mesmo e não encontrar ninguém durante horas, é preciso conseguir isso. Ser solitário como se era quando criança, quando os adultos passavam para lá e para cá, envolvidos com coisas que pareciam importantes e grandiosas, porque esses adultos davam a impressão de estarem tão ocupados e porque a criança não entendia nada de seus afazeres.
E um dia, ao percebermos que suas ocupações são mesquinhas, que suas profissões são enrijecidas e não estão mais ligadas à vida, por que não olhar para eles como uma criança observa algo de estranho, a partir da profundeza do próprio mundo, da amplitude da própria solidão, que é ela mesma um trabalho, um cargo e uma profissão?”

RILKE, R. M. Cartas a um jovem poeta.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

morte

Sonhos alimentam a vida
Sonhos são pétalas
O tempo arranca pétalas

quarta-feira, 13 de março de 2013

keep walking

Decidir como caminhar é difícil.

Descalço pode ser bom.

Sentindo cada passo, o contato com a areia, a onda do mar, o concreto quentinho, o piso de madeira...

Pode ser ruim, pode machucar, o inesperado, algo pontiagudo...

A pele cria resistência, tornando menos incômodo as pedrinhas pelo caminho. 

Mas de tão calejados, os pés podem ficar insensíveis aos pequenos prazeres, como a brincadeira de enterrar e desenterrar os pés, arrastando a areia da praia.

Um sapato impermeável pode ser bom.

Não molhar os pés nos dias de chuva e frio, mantê-los aquecidos.

Mas quem não deixa os pés respirarem por muito tempo está mais propenso a frieiras e bichinhos desse tipo.

Decidir como caminhar é mesmo difícil.

A única certeza é não parar.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

poesirréia

sobre o desejo de encontrar a palavra perfeita atrávés de toda e qualquer linguagem e a frustração de nunca conseguir.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

relações

Ofegante, cheguei. Andei um tanto. Corri outro tanto. A chuva apertava. As coisas dos bolsos e das mãos fui enfiando nos lugares, enquanto me recompunha. Um apoio para o guarda-chuva, uma gaveta para a carteira. Ergui os olhos e da janela grande, que tomava praticamente toda a parede, observei o céu nublado. Passo tanto tempo comigo mesmo que me acostumei a observar e descrever minhas próprias ações. Assim, são raras as vezes que me permito observar que me sinto só.