domingo, 31 de agosto de 2025

Reverberação

Raiva desse olhar condescendente.
Indignação sem tamanho.

Será que também é medo?

Talvez a dependência do olhar do outro revele a necessidade de testemunho... 
Mas o olhar do outro não é homogêneo, não é simples, não diz de mim, diz dele.

Meu Outro não equivale ao outro.
Quanta consequência dessa conclusão!

Me sinto assim, meio besta, de ter por tanto tempo sustentado algo impossível.
E talvez tenha sido por medo mesmo...

Medo de desaparecer.

terça-feira, 12 de agosto de 2025

Raiva. 

Muita raiva.

Raiva de tanta coisa e de tanta gente.

Raiva sem direção.

Raiva desse olhar condescendente. 

Raiva desse Outro que não reage, que não revida, que não se abala. 

Raiva do excesso que inventa faltas.


Na busca atropelada para o sentido de tanta raiva, 

dei de cara com o espelho 

me mostrando meus próprios movimentos. 

Ou a falta deles.


Tanta raiva era uma só, no fim.

Quando descobri, passou.


A raiva era do medo.


Do medroso em mim. 


De perceber a malandragem inconsciente 

ao se camuflar o medo de dar um ÚNICO passo,

FIRME,

com a composição ludibriante,

aparentemente corajosa,

que o excesso de movimentos encerra.