terça-feira, 12 de agosto de 2025

Raiva. 

Muita raiva.

Raiva de tanta coisa e de tanta gente.

Raiva sem direção.

Raiva desse olhar condescendente. 

Raiva desse Outro que não reage, que não revida, que não se abala. 

Raiva do excesso que inventa faltas.


Na busca atropelada para o sentido de tanta raiva, 

dei de cara com o espelho 

me mostrando meus próprios movimentos. 

Ou a falta deles.


Tanta raiva era uma só, no fim.

Quando descobri, passou.


A raiva era do medo.


Do medroso em mim. 


De perceber a malandragem inconsciente 

ao se camuflar o medo de dar um ÚNICO passo,

FIRME,

com a composição ludibriante,

aparentemente corajosa,

que o excesso de movimentos encerra. 


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